Com as pessoas no coração

"Para mim, o que importa é o contacto com as pessoas. Como enfermeira registada, passamos tempo com as pessoas de quem cuidamos. Conhecemo-los e construímos relações fortes. Tem os seus desafios, mas é muito gratificante poder fazer uma verdadeira diferença na vida de alguém."

Eleonore trabalhou como prestadora de cuidados profissional durante quase 20 anos. Atualmente, é enfermeira registada e especializou-se em cuidar de pessoas com demência. A maior parte da carreira de Eleonore foi passada a trabalhar em lares de idosos. Como resultado, os cuidados de continência tornaram-se uma parte natural do seu dia de trabalho.

Toda a gente deve participar na vida

Embora Eleonore seja especialista em demência, ela cuida de pessoas com diferentes condições de saúde em diferentes fases da vida. Por isso, é preciso falar com cada indivíduo, tratá-lo e cuidar dele à sua maneira.

Quando se trata de cuidados de continência, cada pessoa pode ser diferente. Mas para Eleonore, há uma coisa que todos os residentes precisam e merecem - dignidade.

Garantir que os residentes têm os produtos certos é essencial para manter a dignidade. E esta é uma das primeiras coisas de que Eleonore se ocupa quando chega um novo residente.

"Muitas vezes, os residentes já tinham problemas de incontinência antes de chegarem, mas não tinham tido muita ajuda ou apoio. Por isso, ficamos a conhecer a sua rotina, testamos diferentes produtos para encontrar o tamanho certo e o nível de absorção e depois criamos um plano de cuidados. Isto pode ser particularmente complicado para os residentes com demência, uma vez que nem sempre conseguem comunicar de forma fiável as suas necessidades, pelo que, nesses casos, utilizamos os nossos conhecimentos. O nosso objetivo é ajudar os residentes a irem eles próprios à casa de banho durante o máximo de tempo possível. Mais uma vez, o que está em causa é a dignidade e a independência".

Tirar o máximo partido do seu tempo

Para Eleonore, uma das maiores vantagens de trabalhar num lar de idosos é poder passar tempo com as pessoas de quem cuida. Infelizmente, as más rotinas de cuidados de continência roubam muitas vezes tempo precioso aos cuidadores profissionais.

Nos cuidados de continência, a formação correta e os produtos certos são essenciais. Mas também o é ter a equipa certa à sua volta. "Manter a mesma equipa ajuda definitivamente, uma vez que o pessoal conhece as necessidades dos residentes e estes confiam no pessoal. Se a equipa estiver sempre a mudar, isso perde-se."

A prestação de cuidados é uma profissão exigente e a pressão pode ter o seu preço. É nesta altura que ter a equipa certa à sua volta pode realmente ajudar. "Muitas vezes, os prestadores de cuidados têm demasiado trabalho. É nessa altura que as pessoas adoecem ou se vão embora. Por isso, é importante poder falar sobre o seu dia com outras pessoas que o compreendam."

Durante os seus 20 anos de carreira, Eleonore cuidou de muitas pessoas e fez a diferença em muitas vidas. Ela também assistiu a muitas mudanças no domínio dos cuidados de continência.

"Depois, há as soluções digitais. A possibilidade de verificar os residentes através de um smartphone e saber quando mudar de roupa facilitará as coisas para todos. Mas uma das maiores mudanças é o facto de os cuidados com a continência já não serem tão vergonhosos como eram no passado. Lentamente, estamos a quebrar tabus".

Inspirar uma nova geração

Quando se ouve Eleonore falar da sua carreira com tanto entusiasmo, é triste pensar que um dos maiores desafios que os cuidados aos idosos enfrentam atualmente é a grave escassez de cuidadores profissionais. Mas Eleonore acredita que, ao mostrar às pessoas o verdadeiro valor dos cuidados de continência, as coisas podem melhorar e mais pessoas escolherão os cuidados de saúde como carreira. Nessa altura, todos sentirão as recompensas.

"As pessoas pensam que tudo o que fazemos é mudar pensos, mas é muito mais do que isso. Estamos lá para melhorar a vida quotidiana das pessoas. Não se trata apenas de vestir os residentes ou de garantir que tomam o pequeno-almoço a horas. É isso que temos de mostrar às pessoas".

"Estou muito orgulhosa do tempo que passei nos cuidados a idosos - toda a gente devia fazê-lo. Concentrarmo-nos nas necessidades de outra pessoa torna-nos humildes e ganhamos respeito pela vida. Quando construo uma relação que parece natural e igual, em que um residente se sente ouvido e tratado com respeito, então sei que fiz o meu trabalho e fiz a diferença. É essa a minha recompensa".